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11-10-2006

População generosa


Óis do Bairro - Restauro da Igreja mobiliza população

A Igreja Matriz de Óis do Bairro encontra-se em obras de restauro desde o passado mês de Julho. Ainda sem certezas quanto à data em que vão terminar, as obras em curso prometem devolver toda a beleza da arquitectura deste centenário templo datado de 1558.

Provisoriamente, as celebrações bem como a catequese decorrem nas instalações do desactivado Jardim-de-Infância de Óis do Bairro, contudo, assim que as obras terminarem, regressarão ao seu remodelado espaço.

Recuperação total

Implantado numa das freguesias mais pequenas do concelho de Anadia - à paróquia corresponde apenas este lugar - o templo irá estar em obras de restauro ainda por tempo indeterminado, como avançou a JB Clarinda Jesus, elemento da Comissão da Fábrica da Igreja.

A recuperação do templo, embora seja total (interior e exterior), começou pelo telhado que se encontrava muito danificado, sendo responsável pelas inúmeras infiltrações e humidades que degradaram bastante o interior do mesmo.

No entanto, também todas as paredes interiores e exteriores deste centenário tempo tiveram que ser picadas até à pedra, uma vez que padeciam de muitos males.

A obra está a ser realizada por administração directa, pois o dinheiro não abunda e, embora a Comissão da Fábrica da Igreja conte com o apoio da Câmara Municipal de Anadia, que deu 12.500 euros e da Junta de Freguesia, que tem doado muitos materiais, a verdade é que as verbas são poucas e têm de ser geridas com grande rigor. Assim, na obra os trabalhadores andam ao dia e de acordo com a disponibilidade do caixa.

Clarinda Jesus avançou ainda ao nosso jornal que “quando tivemos de substituir todo o telhado e colocar a placa, a 26 de Agosto, contámos com a colaboração de muitos homens da terra que ofereceram a sua mão-de-obra”, confirmando assim a unidade que existe na freguesia em torno da obra, mas também um outro tipo de ajuda e colaboração, muito importante - o incentivo aos membros da Comissão por forma a que continuem o trabalho começado.

Neste momento, o exterior já está revestido a massas grossas e o trabalho no interior do templo decorre a bom ritmo, pois todas as paredes foram igualmente picadas uma vez que acusavam também o peso dos anos e as maleitas de algumas outras intervenções - mal conduzidas - realizadas no passado.

“O tecto da Igreja, que era em madeira, teve de ser retirado tal o estado de degradação em que se encontrava”, disse Clarinda Jesus, acrescentando ainda que “não decidimos como irá ficar, ou qual os materiais que iremos utilizar para o seu revestimento”. Situação semelhante acontece em relação ao revestimento do chão do interior do templo e das paredes laterais, já que todos os azulejos foram arrancados, já que o seu estado também não era o melhor, mas também a parte relativa à sacristia será restaurada e aí construída uma casa de banho de apoio ao templo, mas também à catequese que funciona neste espaço.

População generosa

Para levar a cabo tão grande empreitada têm recorrido ao povo do lugar que, através de peditórios - que ainda não terminaram - tem dado a sua contribuição, o mesmo acontecendo com alguns emigrantes que nas férias deixaram ficar as suas ajudas para as obras da Igreja.

População que, segundo Clarinda Jesus, “tem sido generosa e colaborado, dentro das suas possibilidades”, uma vez que “todos estavam cientes do estado em que o templo se encontrava e que as obras eram urgentes”, destacando ainda o voluntariado e disponibilidade dos habitantes de Óis para com a obra.

Uma coisa é certa, neste restauro a equipa que coordena os trabalhos pretende preservar a beleza e dignidade do templo seiscentista, respeitando a sua antiguidade. Daí o cuidado na selecção dos materiais que vão utilizar no restauro.

A terminar, Clarinda Jesus não deixa de sublinhar que “muito se deve ao padre Nicolau que é uma pessoa dinâmica e incentivadora que desde que cá chegou nos deu força para avançar”.

Um pouco de história

Edificada em 1558 tem como padroeiro, Santo André.

“Edifício que foi bastantemente renovado. Restam diversos elementos antigos. O arco cruzeiro, de arestas chanfradas, mostram peças posteriormente impostas, que são a continuação dos entablamentos dos retábulos colaterais, dando bem o aspecto de inclusão em obra anterior. A frontaria mostra ainda a porta principal em tipo setecentista final, podendo ser já do século XIX. A torre, moderna, levanta-se à esquerda, havendo o baptistério entre ela e a igreja. No flanco esquerdo do corpo, corta-se uma capela, de arco em asa de cesto, dos séculos XVII-XVIII. O púlpito, singelo, deve ser do mesmo tempo. Fixam-se três campas no solo da capela-mor, todas desprovidas de letreiros: a central lisa, as laterais gravadas dum escudo envolvido, ou antes, formado da decoração da segunda metade do século XVIII, elementos curvos e assimétricos, encerrando o leão rompante dos Castelos Brancos, da casa local, e tendo coronel de nobreza. No conjunto que constitui o retábulo principal há dois nichos laterais, de calcário, de duas pilastras dóricas e caneladas, entablamento singelo, restos do altar já do século XVII. Os altares colaterais, igualmente de pedra, pertencem ao mesmo século XVII, apesar de estar gravado no da esquerda o milésimo de 1702, indicador só de qualquer reforma. Compõe-se de três nichos entre pilastras dóricas caneladas e de friso ornado de querubins. São obras comuns.

As esculturas de calcário provém de oficinas coimbrãs, sendo as principais: Santo André, no altar-mor, de cruz atravessada na sua frente, dos meados do século XV; S.Martinho, no colateral da esquerda, de panejamento requebrado, do século XV final; Virgem sentada e com o menino à sua esquerda, de vestidos em pregas, igualmente requebradas, dos séculos XV-XVI, no colateral oposto; todas obras correntes.

In “Inventário Artístico de Portugal”, de A.Nogueira Gonçalves


Catarina Cerca
catarina@jb.pt


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